sexta-feira, 16 de novembro de 2007

AnáliseS de Conteúdo

“Análise de Conteúdo” é um conceito errado, na realidade som os análises de conteúdo.

Não existe UM análise, mas vários análises. Se pode falar de análise de conteúdo como se fala de análise estruturalista (na realidade existem muitos tipos de analises estruturalistas).

O livro mais conceituado no Brasil tem na capa “Análise de Conteúdo”. Este livro na Espanha se lhama de “Análisis de Contenido” (plural ou singular). Na realidade o livro em francês é singular, mais fala de muitas técnicas.

Segunda coisa: Análise de Conteúdo NÃO é uma teoria da comunicação; não é, si quer, uma teoria.

O Análise de conteúdo não foi desenvolvido por teóricos da comunicação, por comunicólogos, sinão por diversas pessoas: teólogos, politólogos, psicólogos, sociólogos, historiadores... (Foi Berelson quem fiz primeiro livro, sim.)

Todos eles partem do seus próprios fundamentos teóricos, mas partem dum paradigma comun.

Qual é esse?

-A comunicaçao é importante.
-As comunicações que utilizam linguagem verbal (falado ou escrito) som importantes para conhecer alem do próprio texto.
[Um “texto” pode ser também o lixo dum prédio. Que será que ele fala dos donos do condomínio?]


O problema é utilizar análise de conteúdo com uma teoria errada. A culpa não é da técnica. Mas Veron fala da técnica como errada quando fala do seu “Analise do contrato de leitura” (isso é marketing acadêmico).

“el método más corrientemente aplicado al estudio de los soportes, el análisis de contenido , es inadecuado para estudiar el contrato de lectura. Los problemas de posicionamiento, que se ubican habitualmente en el soporte, se definen en función de su concurrencia (competencia), es decir, en función de otros soportes que le son cercanos, en el interior, consecuentemente, de un universo temático determinado. En esta situación, el análisis de contenido corre el riesgo de hacer aparecer lo que los soportes en competencia tienen en común , lo que los acerca más. Y, en el mejor de los casos, el analista de contenido le dará una importancia muy grande a los matices del contenido, sin que esto permita definir una estrategia redaccional.” (1)

Na realidade Veron não esta falando de uma nova técnica, só... (só) de uma nova teoria. O mesmo aconteceu com “analise do discurso". Mudar o nome foi decisivo para sucesso da nova técnica, ainda que ela seja um analise de conteúdo, como o “analise do contrato de leitura”.
Mas publicitariamente não, é melhor fazer uma coisa nova. É curioso que estas novas técnicas sejam coisa de pesquisadores da comunicação. Os outros pesquisadores sociais só se preocupam dos resultados, não do nome da técnica.

(As críticas ao análise de conteúdo vem do campo da comunicação, área muita fraca de teorias fortes.)

Segunda coisa: Análise de Conteúdo não considera que todo esta no texto, mais que o texto existe, e que existe ademais como indicio do que está alem de ele.

Evidentemente que as pessoas que desenvolvierom as técnicas sabem que não todo esta no texto, mas o texto é real, o texto é objetivo, o texto PODE SER ANALIZADO. As ideias das pessoas não.

Textos e discursos podem ser analisados como signos e como indícios.

-Como signos eles som o que som, fazem sua função -comunicar- e voçe não precisa avaliar isso com um analise, não é? A maioria dos textos som elaborados para ser comprendidos facilmente, os actos de fala som asi. Eu leio uma noticia e comprendo o conteúdo porque ela foi feita para ser comprendida. Ela foi feita segundo uma tecnicas que aseguram sua comprensão.

Se um texto está feito para ser comprendido facilmente, o análise de conteudo examina como é que ele transmite esse conteúdo.

Exemplo: Agora a CIA utiliza tecnicas de análise de conteúdo para filtrar millones de mensagems, tarefa que poderiam fazer milhoes de pessoas som feitas por un software. O que se fala é que eles procuran palavras como bomba, atentado... não e bem asím... e muito mas complexo.

Mas quando um texto esta producido com muito esforzo e tempo ele poder ser analizado com o mesmo esforzo como signo. Os textos diplomáticos som analizados asim.

Exemplo: Tudos os discursos feitos por lideres mundiais som analizados por politólogos estadounidenses do Departamento do Estado.

-Ademais tudo discurso e um indicio do seu productor, do seu processo da produção.
Como signo depende da vontade do seu produtor.
Mas como indicio não. Por isso voçê conhecerá mais do que o emisor quería, o melhor do que o emisor poderia transmitir.

Exemplo: cartas de suicídio. Será que este cara realmente queria morrer? Foi por chocar que ele fez isso?

Que senso tem fazer “analise do discurso” de cartas de suicídio? Nenhum. O psiquiatra sabe tudo o que pode saber do enfermo, sabe que ele queria ou não queria morrer, mais ele só quer saber se a carta é indício fiável de suicídio real o simulado. Só isso. E isso é muito.


Quando se critica as técnicas, lembrem-se, técnicas de análise de conteúdo, se esquece o fundamento de ela: o texto é um indicio, não só um signo. Você não só pode analisa-lo como signo, mas também como indicio.



Técnicas de Análise de Conteúdo fazem uma descrição dum texto mediante medições do indicadores do texto. Isto é, um método objetivo que pode ser repetido por outros pesquisadores. A virtude dos AC é que ele procura resultados e, sobre todo, que ele pode ser repetido.
Lembrem-se da reprodutibilidade da Ciência.

A terça virtude do AC é que é rápido, então você pode aplica-lo a muitos textos.

A quarta virtude e que pode ser realizado com auxilio da computadora ou ate realizado só por uma computadora e um software. Então a falta de acurácia e profundida fica compensada por a extensão do analise.


Mas que é o que podemos medir?

-Ocorrência de palavras ou de conceitos. O numero de vezes que você fala de uma pessoa é indicio do seu inteires por ela. O numero de vezes que se fala dum tema no jornal é indicio de... isso dependerá da teoria.
-Ocorrência de palavras ou conceitos referidos a alguma realidade. Quais som as palavras ou conceitos que você utiliza para falar da sua mãe? Que palavras ou conceitos aparecem acompanhando as noticias sobre Lula? Que qualificativos utilizam-se acompanhando as noticias sobre um tópico especifico?
-Co-ocorrência de palavras ou conceitos. Quando se fala de uma palavra o conceito quais outras aparecem o mesmo tempo?
-Estrutura logica do texto: pode ser gramatica, semiótica, estruturalista, dialéctica, etc.
Exemplo: os estudiosos podem saber se um texto foi feito por uma mulher o um homem (85% efetividade), e se dois textos forem feitos por o mesmo autor (aplica-se a analise de obras literárias) a partir da sua estructura.

A codificação requer trés fases:

-Numa primeira se escolhe o universo do estudo, as unidades a ser pesquisadas, as unidades cujo conteúdo vamos a pesquisar. Temos que distinguir:
    -Unidades de registro: A que tipo de unidades aplica-se o analise. Podem ser palavras (com a mesma categoria lexical -sinônimos- o semântica -qualquer termino por seu senso, assim que ele seja verbo ou nome ou qualquer categoria), ou frases, temas, personagens, acontecimentos (conteúdo)... mas também podem ser unidades formais como itens (capítulos, noticias, um programa de radio..) o unidade espaço temporal tal que um minuto, uma coluna...
    Som coisas dotadas do senso o que podem ter um senso.
    -Unidades de contexto: As unidades de registro tornam-se significativas num contexto. Muto importante sempre, mas mais importante ainda nos analises do co-ocorrências. As unidades de contexto dependem sobre todo da teoria.


A maioria das criticas ao analise de conteúdo som porque supostamente ele inora o contexto. Mas um bom análise de conteúdo considera sempre o contexto. Você analisa um texto porque conhece o contexto. Se você não conhece o contexto de uma comunicação, não tem jeito fazer um AC.

O problema é que para os pesquisadores que desenvolveram as técnicas o contexto era o seu fundamento de pesquisa: um politólogo não pode esquecer o contexto dum texto porque é a sua tarefa. Por isso não falavam muito do contexto. Mas para um comunicólogo a sua tarefa de pesquisa som os textos... então e preciso que ele não esqueça o contexto. O problema do contexto só é um problema para nos... Um psiquiatra, um sociólogo não pode esquecer o contexto de um texto porque o contexto é sua área de pesquisa.


-A escolha das categorias. Não sempre você necessita categorizar as unidades de registro, mas quase todas as teorias categorizam os textos.
A categorização depende da teoria. Se você categoriza sem teoria, essa categorização já é uma teoria.
As categorias agrupam as unidades de registro.
As categorias não só som semânticas o lexicais, senão que também podem ser sintáticas, expressivas (se você analisa textos orais), ou de outra ordem.
Se podem compartilhar várias dimensões de análise, e por tanto a mesma unidade de registro situar-se em mais de uma categoria.

Dimensões possíveis:
-Do tópico ou tema.
-De avaliação.
-De receptores ¿a quem atinge o mensagem?
-Para posicionar no tempo ou espaço.
...

Uma categorização é uma classificação, mas antes você precisa ter o inventario das unidades de registro ou pelo menos, conhece las. Você só pode classificar o que conhece.

Como classificação, uma categorização debe ser:
-No aspecto formal:
    -Excludente: não debe ter duvida sobre qual é que será a o valor numa categoria de uma unidade de registro concreta.
    -Homogêneo: “a mulheres som loiras, fracas ou inteligentes”; não se pode funcionar com dimensões distintas.

-No aspecto do seu conteúdo:
    -Pertinente: É coisa de uma boa teoria. Uma categorização tem que ser adequada aos fines.
    -Objectiva: Duas pessoas distintas que usem mesmas categorias, categorizaram o mesmo material do mesmo jeito. Muito importante.
    -Produtiva: É coisa de uma boa teoria. Se depois de todo as categorias no oferecem resultados, não som boas.


Como se trabalha quando você não categoriza? Quando se faz um analise exploratório. Más também tem análise que não categorizam: analise de cumprimento de palavras (Lei de Zipz), análise de co-ócorrencia de palavras (Lei de distribuição da freqüências lexicais).


-As regras de contagem: As unidades de registro som consideradas ou contadas segundo categorias, mas para isso você precisa um modo, umas regras.
-Podem ser sua mera presença ou sua ausência. Isto é habitual nos análises qualitativos.
-O numero de isas presenças, a freqüência. Segundo isso, a importância é correlacionada com a freqüência da aparição.
-O peso de aparição de cada unidade de registro, a ponderação.
-O modo de aparição das unidades de registro. Na capa mais importante que no título, no título mais importante que no texto.


“O refinamento técnico, a importância dada nos relatórios americanos às questões de método em detrimento dos resultados e da sua interpretação deixam perplexo o leitor francês, pouco habituado a incomodar-se com ais subtilezas de procedimento”. Laurence Bardin. “Análise de Conteúdo”

Isso reflete um prejuízo ao respeito das técnicas de análise de conteúdo: não importam tanto os métodos como os resultados. Quando som os métodos os que avaliam os resultados! Um resultado não é bom porque é bom, porque o que fala é gostoso com uma teoria. É bom porque você pode avaliar lo, e só pode avaliar lo se pode avaliar a técnica.


Exemplos:

-EAA (evaluative asertion analysis, Osgood, Saporta, Holsti e outros, circa 1956): objetivo é inferir atitudes dos locutores a partir de suas mensagens; parte da teoria “representacional” do linguagem: o linguagem reflete diretamente atitudes do que o utiliza. So trabalha com o manifesto. É utilizado por politólogos para examinar as atitudes de políticos, estados, jornais...
Esta muito desenvolvido. Tem software que utilizam dicionários de conceptos que estám categorizados segundo trés dimensões: Avaliação, Potência, Atividade, com 7 graus (3 +, 3 –, e 0)
Assim temos os valores: Abandono: -2,-3-3; Cumplicidade: 2+,0,+3;

O que ele faz é medir segundo trés eixos o manifestado num discurso por um sujeito respeito dum outro sujeito. Os pesquisadores sabem que só mede o manifesto, não serve para o latente. Serve para comparar o manifestado por diplomáticos dum estado ao respeito dum outro antes e depois dum momento concreto, ou para comparar atitudes dum pais ao respeito dum estado e dum outro.
Lembrem se, ele se utiliza faz muito tempo, então os politólogos tem series históricas.
Serve nos casos em que o discurso é muito trabalhado porque os emissores conhecem que ele será examinado.

-Page Rank: Google mede a importância de uma página web por suas relações. É um análise de conteúdo de tipo relacional. Está explicado, em perfeito castellano :-( aqui

Artigos interessantes:

-Qualitative Content Analysis. Philipp Mayring
-Cap. 4 da Tese de Doutorado: “Comparación del manejo de la agenda que se hace en la televisión nacional con el que muestra la prensa escrita sobre la labor de diputados y senadores”, Alejandro Fonseca Letona
-Epistemología, metodología y técnicas del análisis de contenido, José Luis Piñuel Raigada Asim é que eu aprendi.

Textos de ajuda para os softwares:
-CMAPs, a ajuda do programa é suficiente.
-Artigo dos criadores do software Visone
-Turorial de varios programas (um de eles Visone)
-Análisi de datos textuales com AnSWR, Juan Muñoz Justicia, é um psicólogo social.
-Artigo "La explicación a través de la visualización de redes", Ulrik Brandes, Patrick Kenis, Jörg Raab. Em castellano.