terça-feira, 4 de setembro de 2007

Um indice pionero em Comunicaçao:

Gerbner, G., Gross, L., Jackson-Beeck, M., Jefrfries-Fox, S. & Signorelli, N. (1978). “Cultural Indicators: Violence Profile nº 9.” Journal of comunication, v. 28, n. 3, pp. 176-207.

Acho que vocês tem este artigo acessível desde a biblioteca da UnB.

ÍNDICE DE VIOLÊNCIA

IV = %P + 2(R/P) + 2(R/H) + %V + %K

IV é o Índice de Violência;
%P = Porcentagem de programas que tem algum conteudo violento
R/P = Número de episodios violentos por programa
R/H = Número de episodios violentos por hora
%V = Porcentagem de personagens principais implicados na violencia, como perpetradores ou como vítimas;
%K = Percentagem de personagens principais relacionados com mortes, como perpetradores ou como vítimas.


Índice de violencia elaborado em Argentina:

IVTV ficcão = ( a + b + c + 1,4 d + e + 1,5 f )

Alcance
a. % de Programas con Actos de Violencia.
b. Número de Actos de Violencia por Programa.
Intensidad
c. Número de Actos de Violencia por Hora.
Gravedad
d. % de Roles Protagónicos en Actos de Violencia.
e. % de Roles Protagónicos en Homicidios
f. Índice de Violencia Explícita (Promedio Horario de Actos de
Violencia con Armas, Heridas y Muertes)

IVTV jornais = (a + b + c + 1,4d + 1,4e)

Alcance
a. % de Noticieros con Unidades Informativas (Noticias) con Violencia.
b. Número de Noticias con Violencia por Programa.
Intensidad
c. % de Unidades Informativas con Violencia.
Gravedad
d. % de Móviles en Directo en Noticias con Violencia.
e. % de Delitos contra las Personas en Noticias con Actos de Violencia

Índice de violencia elaborado na Argentina

Acho que no Brasil não tem pesquisas como estas... Isso é ruim!

13 comentários:

CONSULTORIA EM EDUCAÇÃO NA SAÚDE - PROJETOS ACADÊMICOS E EDUCACIONAIS disse...

Professor Alberto e colegas,

Estou sendo apresentada a um novo modelo de pesquisa em ciências humanas e é bom saber que é possível transformar 'sintomas' (abstratos)em variáveis, a partir de indicadores mensuráveis (concretos).

De fato, é uma 'ferramenta' e tanto para nós, que queremos credibilidade para a ciência 'humana' que fazemos. Os índices de desenvolvimento, de violência (e até de felicidade, pasmem!) estão se tornando caminhos escolhidos pelas ciências sociais, é fato.

Mas, isso é bom e não é...:-)

A minha questão é: e se nos tornarmos muito simplistas? É sencillo!!! Para fazer ciência com credibilidade, temos que ser simples? Não poderemos perder a essência que nos distancia das ciências exatas e naturais? Não há risco de considerarmos o resultado, em si, como fazem os microbiologistas, por exemplo, sem outras análises?

Vejam bem: eu acho que os indicadores mensuráveis e um índice que possa ser usado em séries temporais é ótimo. Pode nos nos 'indicar' o comportamento da 'realidade' que se destaca do senso comum. A violência indiciada no meio de comunicação, a felicidade indiciada nos sites de relacionamento, tudo isso é ótimo.

Mas, e depois que deixam de ser índicios e se tornam problemas de pesquisa nas ciências humanas e, em especial, na Comunicação? Não é importante analisar também as relações entre os indicadores e suas amplificações na realidade estudada? Não será reducionista apenas estudá-los como 'pistas' sobre o que acontece nessa realidade ao longo do tempo?

Se investigamos pessoas e sua presença no mundo (recepção, liderança, opinião, consumo, etc), não é essencial uma análise de dados recolhidos da realidade, sim, mas também a análise da relação entre esses dados?

Ou seja: além da proposta de índices, não existem objetos de pesquisa em ciências humanas que pedem outras saídas, professor?

Um abraço,
Denise

Anônimo disse...

Denise, no texto de Paul Bruyne (um dos textos da pasta), ele nos fala sobre o espaço metodológico quadripolar, do qual fazem parte os polos epistemológico, teórico, morfológico e técnico. Bruyne diz que "cada uma dessas instâncias é condicionada pela presença das outras e esses quatro pólos definem um campo metodológico que assegura a cientificidade das práticas de pesquisa" (pág 35). Pelo que entendi, as relações entre os indicadores e suas amplificações na realidade estudada necessariamente devem ser trabalhados em conjunto e não de forma isolada. O fato de trabalharmos com índices, indicadores, estatísticas, etc não exclue uma cuidadosa análise da realidade. Bom, pelo menos é o que penso.
Na semana que passou, depois de uma conversa com o Prof Alberto, descobri que indicadores e variáveis podem ser muito úteis em minha pesquisa, aliados a estudos ligados às representações sociais e análise de discurso. Para mim, foi uma descoberta muito interessante, pois nunca gostei de números. Porém, acho que já comecei a minar esse preconceito.
Sugiro que a gente faça uma partilha maior sobre nossos respectivos objetos, talvez isso nos ajude a ter mais clareza sobre o tema.

Katrine disse...

Oi para todos!
A última aula foi meio rápida por causa da interrupção, então não cheguei a formular dúvidas e pensamentos mais avançados... Compartilho aqui duas anotações de aula que considero importantes dentro do objetivo de construir um índice:
1. "É preciso encontrar as variáveis empíricas mais fortes."
2. "Tem que ser coisas que possam ser medidas."
Bem, pelo que entendi, isso quer dizer que estamos trabalhando com uma aproximação, um índice e não com a própria realidade. Logo, tenho que buscar qual a variável que vai permitir que essa aproximação seja a maior possível. E, já que estamos trabalhando com a possibilidade de medir essa realidade, obviamente as escolhas devem ser feitas a partir do critério de mensurabilidade da coisa...
Ah, pensando bem, tenho uma dúvida! Eu posso formular um índice a partir de um questionário ou de entrevistas??? Os exemplos da última aula eram formulados a partir de medidas obtidas no produto jornal/tv/etc. Mas eu vinha pensando em um índice que trabalhasse com indicadores vindos de respostas obtidas ou por meio de um questionário ou por entrevistas. É possível?
Enfim, é isso. Até quarta!

Juliano Basile disse...

Estou achando muito interessante este exercício de buscar indicadores em torno do tema de pesquisa. Nos tira do "achismo", leva à reflexão e pode trazer resultados concretos para o trabalho. Por outro lado, me veio uma provocação de Manuel Castells: Há pesquisas que se preocupam mais em medir do que em pensar. As medidas podem nos auxiliar bastante, mas penso que não podem significar muito se não forem elaboradas com uma boa dose de reflexão.

Alberto de Francisco disse...

Por una vez voy a contestar en castellano (español).

Todos vosotros tienen una buena formación como "pensadores" de la realidad, han leído mucho y de buenos autores, por eso estoy incidiendo en aquello en lo que les veo más "flacos", en aquello que les puede dar una nueva visión sobre sus objetos de estudio.

Así que Denise, hay más herramientas, y conceptualizar-pensar la realidad no es la más sencilla. Pero no creo que os pueda ayudar -todavía- a pensar sobre la realidad. Repito de nuevo: cuantas más opciones-técnicas conozcáis, mejor.

Y Katrine: partir de cuestionarios es un método valido para desarrollar un índice, pero siempre tendrás que pasar exactamente el mismo cuestionario para hacer series temporales.

Y Juliano, si le preguntáramos a Castells sobre o que acontece nossa area, falaria distinto :-) Adolecemos das mediçoes.

Por cierto, os recomiendo leer la trilogía completa de Castells "La era de la información".

Katrine disse...

Ah, sim! Lembro agora de você ter dito que eu poderia aplicar o questionário em outros países para compensar um série histórica curta, não era isso? Só não tinha entendido direito se isso levaria a um índice ou não. Agora ficou claro!
Obrigada e até!

Unknown disse...

Depois do exercício da última aula, fiquei refletindo sobre o uso de variáveis, índices e indicadores. O fato de eu ter colocado a minha pesquisa ali, no quadro-negro, para os outros comentarem, foi muito bom para mim. Foi um exercício e tanto tentar achar um índice de de presença (ou de ocorrência) de formatos adaptados e, mesmo que eu não utilize este método na minha dissertação, cada indicador ao qual eu cheguei com a ajuda de todos (porcentagem sobre a programação, porcentagem por gênero de programa, porcentagem por emissora, porcentagem por faixa horária) pode me render, ao menos, uma tabela ilustrativa sobre o panorama dos formatos adaptados. Comecei a pensar no índice como uma construção (tal como o objeto de pesquisa) feita a partir de indicadores empíricos.
Me chamou a atenção também, na última aula, a ênfase do Prof. Alberto sobre a importância da pesquisa em grupo e a discussão sobre a interdisciplinaridade. Concordo com o ponto de vista de que não se pode ser interdisciplinar sozinho, com os conhecimentos limitados que temos em algumas áreas. Bem, poder, pode, mas é uma interdisciplinaridade que tende ao vazio. Muito mais interessante é constituir um grupo interdisciplinar formado por pesquisadores de várias áreas, que tenham contribuições específicas a dar para aquele trabalho.

Joyce disse...

Professor e colegas,

Tenho refletido muito sobre a questão do uso de índices, variáveis e indicadores. Mesmo considerando esse tipo de ferramenta muito importante ainda tenho algumas dúvidas quanto a sua aplicação em pesquisas na área de comunicação. Acredito que essas dúvidas se dissiparão à medida que começarmos a trabalhar com exemplos mais concretos. Em todo caso, concordo com o Juliano ao citar Castells, a forma de medição é apenas uma ferramenta a ser usada durante a pesquisa, o fundamental, em minha opinião, é a análise que fazemos desses dados.

Unknown disse...

Como a última aula foi mais curta, deixei de postar aqui minhas considerações. Na verdade, foi bom a citação ao texto do Bruyne, trabalhado na disciplina metodologia 1. Minha inquietação parte exatamente de conceitos trabalhados por ele, e foi vista no exercício de contrução de índices e identificação de indicadores -- no qual acabamos por achar um panorama difuso, mas sem objetividade. Na minha opinião, o que ocorreu durante aquele exercício foi a tentativa de organizar o pólo técnico (também chamado por outros autores de "instância metódica") sem obedecer o rigor do pólo metodológico. Antes de se contruir um índice, é necessário ter uma pergunta. O que se quer responder com esses dados?

Lauro Aires

Bárbara de Velasco disse...

Embora curta, a aula foi bastante proveitosa.
Acredito que em minha pesquisa não precisarei dos indicadores; contudo, tenho feito alguns exercícios paralelos que têm provado o quão eficiente esse método é.

Anônimo disse...

Professor e colegas,
Melhorar a comprensão do uso de índices, variáveis e indicadores tornou-se fundamental no meu processo de produção do projeto de pesquisa. Confesso que sempre passei ao largo do assunto, mesmo trabalhando com eles indiretamente nas pesuqisas que divulgo em meu trabalho. Como meu projeto está ficando mais claro e como vou precisar usar esses instrumentos, retomei a leitura de pesquisas e já consegui passar do primeiro parágrafo do capítulo sobre metodologia! Na verdade, agora vejo essas informações com outros olhos e, o melhor, entendendo mais o que eles tratam. E ao mesmo tempo que reconheço entender melhor esses instrumentos, percebo que o caminho para criá-los e usá-los corretamente ainda é longo... Concordo com o colega Juliano quando ele citou Castells: encontrar o bom equilíbrio entre medir e relacionar as informações medidas a ponto de elaborar um pensamento, uma visão de realidade, é o que mais devemos buscar. A reflexão sempre será insubstituível. E a distância entre o real e o que os números indicam deve estar sempre presente em nossas análises. Abraço,

Alberto de Francisco disse...

Isso é. Un imdice formado por indicadores, que son variaveis de facil medida.

Anônimo disse...

Eu ainda estou buscando entender os conceitos trabalhados, índices, variáveis, indicadores. Enfim, li alguns textos indicados pelo professor e percebo que eles fazem parte das pesquisas na área da comunicação mesmo que não estejam lá claramente. Há ainda relutância dos pesquisadores na área de comunicação em trabalhar assim, talvez pela eterna busca por métodos próprios, talvez pela formação na academia que separa as estatísticas e outras disciplinas mais exatas enquadrando cada área como se as ciências diversas não pudessem colaborar entre si.
Verônica