sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Software

Descarregar e instalar estes dois programas.
O primeiro é Visone.
Antes descarregar-vos desde aqui Java. Como Java corre em cualquer sistema operativo, Visone serve para qualquer sistema operativo. Descarregar aqui Visone.

O segundo é AnSWR. Primeiro descarregar-vos e instalar este arquivo:mdac_typ_27.exe, e depois o programa AnSWR ou tentem aquim, ou aquim. Só serve para Windows XP.

AVISO:

Esquecí um deles:

CmapsTools desde aquim.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Relatorio dos progressos

Só abro esta entrada para que conteis os avanços em vossas pequenas pesquisas: avanços, problemas, etc.

(Ontem o jornal da noite do Globo dedicou uma notícia de 80 segundos a falar dos progressos em reduzir a desigualdade no Brasil produzidos "nos últimos 10 anos", mas não deram mais dados.)

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Quali e quanti, "unidos para sempre"

A exposição de hoje tinha por objetivo convencer-lhes de que não há dois mundos, o da pesquisa quantitativa e o da pesquisa qualitativa. A tese doutoral da que falei hoje utiliza todas as ferramentas necessárias para chegar a seu objetivo: analisar as representações sociais sobre a Amazonia existentes em dois momentos da história de Brasil. Tudo isso inserido em uma teoria (teoria da mediação social da comunicação), que permite partir de técnicas reconhecidas (“análises das representações do relato” e dentro dessa técnica se há utilizado o “modelo canónico para a análise da mediação cognitiva”) e de conceitos aceitados.
A partir desses conceitos, e inseridos em a teoria, podem-se desenvolver novos conceitos (como o do mitologema). E graças a que se APLICA a teoria esta pode ser corrigida ou refinada (as teorias se não podem ser aplicadas não deveriam ter esse nome).
E a partir do uso de técnicas já utilizadas se podem propor novas técnicas.

As técnicas utilizadas em essa tese foram: a mostra estatística, a análise de conteúdo (de tipo estrutural e de participação), a utilização de estatística inferencial, a interpretação das inferências estatísticas mediante a pesquisa bibliográfica relativa ao período estudado, a pesquisa bibliográfica sobre mitos, a hermenêutica dos textos, a teoria de juízes, técnicas estructuralistas de análises de mitos, técnicas de análise lógica, técnicas de estatística multivariable (escalamento multidimensional e análise de componentes principais) e representações gráficas.

Anexo a Datashow da tese da Doutora Grace Stefanello: Análisis de los relatos de la prensa brasileña sobre la amazonía en dictadura y democracia.

Aquim o Datashow duma "ponencia" apresentada na ALAIC 2006 por Douctora Grace Stefanello e eu.
Artigo Metodología de identificación de mitos y representaciones en Medios de Comunicación, Grace Stefanello e Alberto de Francisco.


Vou fazer uma breve reflexão...

Antes de existir a medida a humanidade avançou, acredito. Quando se acabavam os dedos da mão para contar ovelhas podias levar uma bolsa cheia de tantas pedras como ovelhas tivesses. Para medir distâncias se utilizavam os passos: era uma medida muito pessoal, mas mais ou menos homogênea. Mas pôr de acordo a duas pessoas sobre quantos passos tinha entre uma cidade e outra era impossível.

O tempo se media em dias, em luas e em anos. Graças a que se aperfeiçoou a medida do tempo avançou a agricultura e mais tarde a navegação pela mar.

E graças a que se aperfeiçoou a medida dos fenômenos físicos avançou a ciência.

Renunciar a priori à medida em ciências sociais ou humanas é um erro. Reconhecer sua dificuldade, não. Critiquemos uma medida concreta de um fenômeno social, não o conceito de medida. Qualquer medida pode ser aperfeiçoada, mas nenhuma medida não é a solução.

Confiar exclusivamente em a medida também é um erro. Para isso são necessárias a teorias. As teorias explicam, as medidas não. Mas as teorias explicam a realidade. E a única maneira de que a realidade não seja uma construção subjetiva para cada uma das pessoas é medí-la.

O quantitativo é medição, lembrem.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Mas, tem utilidade tanto dado?

Aula de hoje teve a intenção de convencer-vos da utilidade de usar técnicas a partir de dados numéricos para realizar qualquer tipo de pesquisa.

No primeiro caso, suponhamos que queremos fazer uma pesquisa sobre o efeito que sobre as vendas de um diário têm as portadas. Temos os dados de venda e pareceria trivial: escolhemos os dados mais altos.

Mas uma série de dados temporários pode ter uma tendência a longo prazo que não se explicaria pelo interesse das portadas: melhor distribuição do diário, aumento do nível cultural, desaparecimento da concorrência…O primeiro passo seria desagregar esse efeito, isto é filtrar o aumento ou descenso das vendas produzido por essa tendência. Em meu caso utilizei a forma mais simple: uma média móvel utilizando 12 meses. Cada dado é a média dos 12 meses mais próximos (tem métodos mais sofisticados).

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O seguinte passo sera restar à série original a tendência. Deste modo obteríamos uma série sem tendência de crescimento que oscilaria sobre o valor zero.

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Mas temos outro efeito, o da tendência sazonal. Cada mês pode ter uma tendência a mais ou menos vendas por causas climáticas ou sociais. Para calcular esta tendência sazonal utilizo também um método muito simple: faço a média de todos os meses janeiro, de todos os meses fevereiro… Obtemos uma gráfica sazonal.

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Nossa série é mensal. Se tivéssemos dados diários teria que considerar por separado o efeito dos dias da semana, dos dias do mês, e dos meses do ano. E se quiséssemos ser muito precisos contaríamos a Semana Santa por separado.Agora estamos à série de dados sem tendência os dados estacionais e obtemos uma série de dados cujos “altibajos” não podem ser observados nem pela tendência nem por a sazonal. São os dados que queremos explicar mediante as portadas.

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Em outras ocasiões ter uma sensibilidade para os dados pode permitir propor pesquisas de qualquer tipo.
Faz uns dias escutei uns dados de PNUD Brasil sobre o desenvolvimento humano no Brasil. Tinha diminuído a desigualdade social (índice de Gini) e o índice de pobreza absoluta, além de aumenta o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Procurando em Internet encontrei série de dados de IDH desde 1975. Preparei esta gráfica na que se mostra na vertical o IDH em 2004, e na horizontal o incremento de IDH desde 1975.

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Comprovei de uma olhada que Brasil se tinha desenvolvido muito, e que África (em vermelho) se tinha estancado, ou inclusive retrocedido. Vendo mais em detalhe comprovei do que, dentro de seu meio (latinoamerica, amarelo), Brasil tinha aumentado muito seu IDH. Em resumo: Brasil é um país que se desenvolveu muito.

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Então tente de comprovar o grande problema de Brasil, o problema que é tema recorrente das portadas de diários e dos jornais de TV: a corrupção. Existe uma ONG Transparency Internacional, que mediante pesquisas a empresários oferece um índice de transparência (o contrário de corrupção). Como é uma pesquisa com uma amostragem tem suas margens de erro, mas para esta exposição vou ignorá-los. Vertical, IDH; horizontal, transparencia.

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Descobrimos que Brasil não tem uma corrupção extraordinária. Há muitos outros países com IDH similar que têm menores índices de transparência (mais corrupção). Ao que parece é necessário que um país atinja altos índices de desenvolvimento humano para que a transparência se imponha.

Se a corrupção não é o grande problema de Brasil… Qual é?
A desigualdade. Para qualquer europeu que passa umas semanas em Brasil (fazendo algo mais do que turismo), este país é um exemplo de desigualdade social. Nesta gráfica temos no eixo vertical a renda per capita em dólares internacionais, que é a riqueza repartida entre todos os habitantes de um país e expressada na quantidade de dólares que fariam falta em EEUU para poder ter esse mesmo poder aquisitivo (porque não compramos o mesmo com um dólar em Brasil que em EEUU). È por isso que Noruega, Irlanda e EEUU tem os mesmos níveis. Eixo horizontal o indice Gini de desigualdade.

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Só há uns poucos países em pior situação que Brasil: países do apartheid, africanos muito pobres, e Guatemala… A notícia que dava início a esta investigação indicava que o índice de Gini agora era ligeiramente inferior, mas tão ligeiramente que faria falta um século para chegar aos níveis de igualdade de Noruega…

Pode-se comprovar nesta gráfica que não existem países de desigualdade extrema com uma alta renda per capita: o desenvolvimento econômico precisa igualdade social.


A representação gráfica é uma ferramenta muito importante para pesquisar. A partir destes dados se poderia propor porquê os meios de comunicação de Brasil ignoram este problema, e falam de continuo de corrupção, violência ou aeroportos… isto é, a partir de uns dados quantitativos podemos propor uma investigação qualitativa, e o que é mais importante, podemos argumentar nosso objeto de pesquisa.


Tendes um software para fazer gráficos que permite jogar com quatro variáveis, a população, o tempo, e alguns pares de variáveis. è de Fundação Gapminder:

Este trabalha com dados diferentes e uma interface similar. Há que o descarregar ao computador.

Aqui tendes uma representação gráfica da desigualdade por países. Está em escala logarítmica.

Arquivo Excel com dados de jornal espanhol.